quarta-feira, 10 de março de 2010

Perante Deus.

Numa vida normal,
Feliz e Sossegada.
Todo o ano uma rotina igual,
Uma alma atada.

Deus deu uma ordem.
Ao meu corpo o mandou pausar.
Uma dor mais dor que o alem.
E no meio de tudo o pânico causar.

De olhos mortos deitado,
Os mais chegados gritam.
Ninguém acorda aquele corpo inanimado,
“Agora não Daniel, Raios te partam!”.

Acordo levantado,
Perante alguém inexplicável.
De boca aberta e espantado,
Dele ouvi um “olá” amável.

Acusou me de não viver.
Comer, dormir e trabalhar.
“De que é que é feito o teu ser? “
Eu respondi: “talvez um dia, amar.”

“Muito bem”, ele começou.
“No amanhã, sem te aperceberes, amarás”.
“No amanhã?” a minha alma pensou.
“Sim, ainda hoje para a terra partirás”

Quis falar mais.
Tanta pergunta sem resposta.
Foi tarde demais,
À terra a minha alma foi reposta.

A vista foquei,
Toda gente me observava.
O meu corpo levantei,
Em redor eu olhava.

“’Tas bem ?! “
Olhei cego e afirmei,
“Passei a barreira do além”.
“Com deus tive e amei.”

Depois daquela afirmação,
Nunca mais a desmenti.
Declarado Louco em questão,
Sabendo que não menti.

Resta viver o amanhã de deus,
Numa sala fechada.
Será este o fim, um adeus?
Ou um inicio, a espera da tal amada?




1 comentário:

  1. Um daqueles poemas que nos deixa a vaguear em pensamentos profundos.
    As imagens surgem e o filme vê-se da primeira À ultima palavra!
    Numa só palavra: SOBERBO.

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